segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ateu

A religião é algo que me é completamente indiferente, e começo pela questão da religião porque neste caso sou diferente da esmagadora maioria da população mundial, uma vez que me assumo como ateu.
Defino me como ateu desde os meus 17 anos mais ou menos, a minha família é católica, mas eu desde cedo comecei a interrogar os ideais cristãos, e também o facto de a existência humana estar sujeita a um juízo superior algo a que pudesse chamar de Deus.
Fui baptizado, como é tradição numa família católica, frequentei a catequese durante dois anos mas não cheguei a fazer a primeira comunhão
O que me levou a não seguira a religião dos meus pais foi o meu espírito critico, é obvio que no inicio não continuei a catequese porque não gostava e não por esse espírito critico que vira a ganhar mais tarde, até porque uma criança de 7 anos não sabe muito acerca de uma tema tão complexo como a religião. Foi a partir dos meus 13 anos mais ou menos que comecei a informar me acerca das varias religiões e a procurar alguma com a qual me identificasse, mas foi em vão uma vez que não havia nada que eu achasse lógico. Talvez tenha sido o meu interesse por assuntos como a astronomia, as origens do universo e outros assuntos do género que me levaram a passar da questão a que religião me devia converter a questão será que Deus existe, e uma vez que sempre fui uma pessoa muito movida por factos, a existência de um ser superior que controlasse os nossos destinos assim como a nossa vida era algo muito subjectivo e incógnito.
Logo considero me ateu uma vez que não acredito na existência de Deus, pois a probabilidade de Deus existir é de 50 por 50, as provas da sua existência são em mesmo numero das que provam que não existe, mas apesar de as provas ser em numero igual de ambos os lados da questão, o facto de as provas que defendem a sua existência serem tão pouco fiáveis é subjectivas, isso levou me a conclusão de que tudo o que acontece é devido a ordem natural da vida. Acredito que tudo o que nos acontece e tudo o que sucede em nosso redor é nada mais nada menos que as consequências da nossa interacção com aqueles que nos rodeiam e com o meio que nos envolve, e que nada é decidido por entidade superior a que podemos chamar de Deus. A teoria da existência de Deus é algo tão frágil que está vulnerável a exemplos tão simples como o que vou apresentar de seguida, o facto de alguém ser extremamente religioso e ter um amor transcendental ao seu Deus não lhe garante comida a mesa nem a saúde dos seus filhos. Este exemplo pode não ser o melhor mas podia ficar aqui o dia todo a dar exemplos de como o facto de a existência não interferir directamente com os nossos problemas físicos. Estou plenamente de acordo quando alguém me diz que a sua fé o ajuda a orientar a sua vida espiritualmente, e que isso lhe da alguma confiança para o dia a dia, mas este é um factor psicológico e não físico, logo a crença num ser superior é um factor secundário que influencia a nossa psique e que se converte em confiança, coragem ou força para encarar determinadas situações da vida.

Eu acho que o facto de eu ser ateu é fundamental para que nunca colocasse qualquer tipo de entrave nas minhas relações com pessoas de qualquer religião, isso a todos os níveis sociais e profissionais.
A nível social e profissional nunca tive problemas por ser ateu até porque hoje em dia a mentalidade da sociedade e cada vez mais receptiva, apesar de uma boa parte da população religiosa mundial ainda vê os ateus com maus olhos, talvez porque em vez de nos verem numa posição neutral entre as religiões, vêem na como mais uma religião, mais um alvo a abater. Este vai ser um problema que no futuro dará dores de cabeça a quem simplesmente não acredite num deus qualquer, isto só mostra o atraso que os representantes das várias religiões impõem nas mentalidades dos crentes ao ponto de considerar alguém que de certo modo é neutro no que toca a conflitos inter- religiosos, num alvo a abater. Esta atitude dos lideres religiosos deve se ao facto de terem medo de perder a fontes de receitas, que fazem com que estes levem uma vida na opulência e no ócio, uma vez que com o crescente numero de ateus vão perder potenciais fieis que durante toda a sua vida fariam doações.
Em suma este é daqueles assuntos que é complicado discutir por ainda ser um bocado assunto tabu, só que a sociedade está a caminhar na direcção certa pois a religião tem vindo a perder poder sobre o homem ao longo dos anos e essa tendência iniciou se oficialmente no renascimento e tem vindo a progredir desde essa altura.


Comecei por falar da minha situação pessoal uma vez que estou a escrever num espaço que é meu e acho por bem os leitores terem a noção do meu ponto de vista. Antes de mais este poste não é anti-religioso apenas expresso a minha opinião, e como já referi respeito todas as religiões.

BY:André Leal

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