segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Penso, logo existo!

O cientista francês René Descartes (1596-1650) é considerado o "pai da filosofia moderna", pois colocou a sua vida ao serviço daquela que considerava a melhor causa possível: a obtenção da verdade. Grande inovador da filosofia, foi também o primeiro a submeter as ciências físicas as leis da matemática e o iniciador da concepção mecanicista da Natureza.  Apesar da sua formação com os jesuítas, iniciou uma vida de aventuras alistando se no exército protestante de Maurício Nassau, príncipe de Orange, primeiro,  e logo de seguida no exército católico do duque da Baviera.
   Em 1619 enquanto aguardava que passasse uma tempestade para entar em combate em Neuburg, entregue as suas reflexões, Descartes sentiu uma intuição reveladora de uma nova lógica, que denominou de "inventum mirabile", capaz de fundar uma ciêcia universal. Entusiasmado pela experiencia, decidiu abandonar o exército e as comodidades do mundo; vendeu todas as suas possessões e viveu o resto da vida dos rendimentos, ainda que quase como um anacoreta. Procurando um ambiente adequado para o seu trabalho científico, rumou para a Holanda, onde realizou boa parte da sua contribuição matemática ao elaborar a geometria analítica, com a qual se podiam reduzir os problemas geamétricos a equações algébricas; com isso, conseguiu a universalização e , consequentemente, uma grande simplificação dos problemas.
  Uma vez estabelecido o método de trabalho, Descartes dedicou-se a duvidar de tudo, mas metodicamente. Como duvidamos dos conhecimentos dos sentidos, bem como das conclusões das nossas reflexões, há que partir da existência de conhecimentos, certezas que não variem; por exemplo, que dois mais dois são quatro. Mas o primeiro degrau é estar seguro de que há algo de que não se pode duvidar: "Não posso duvidar de que penso e que, ao pensar estou a existir", ou seja, o seu "cogito, ergo sum"("penso, logo existo"). A partir desta certeza, Descartes cimenta o edifício da sua filosofia,, para além de indigar sobre a existência de outras verdades igualmente evidentes, para ele: o eu que pensa (a alma), o ser infinito e perfeitíssimo (Deus) e a realidade externa (o mundo). O Discurso do Método foi publicado em 1637 e teve tal impacto que o pensamento científico posterior é considerado herdeiro da sua obra, denominada "cartesiana", devido ao nome latino pelo qual também era conhecido, Cartesius.

Fonte: Suplemento Superinteressante nº68 História Divertida.

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