O assunto que tem estado nas bocas do mundo neste últimos dias é o referendo que o "ainda" primeiro ministro grego, George Papandreou, quer fazer na Grécia a fim de deixar a cabo do povo o destino do país. Hoje Francisco Louçã publicou uma nota na sua pagina do facebook que achei muito interessante e esclarecedora, e que passo a publicar no meu blog.
Tragédia grega 1
O governo grego pode cair amanhã, se perder o voto de confiança no parlamento, e nesse caso não haverá referendo. A incerteza será ainda maior, porque a única solução será novas eleições (ou, mesmo sem eleições, forma-se um governo do PS com a direita, como o directório europeu tem vindo a pedir?).
Há pelo menos uma lição clara desta tragédia: é que, se há uma ocupação imperial de... um país, destruindo a sua economia e transformando os governantes locais em súbditos obedientes, o regime político não aguenta a pressão da democracia. A desagregação do partido socialista e do governo grego indicam o que se pode vir a passar noutros países.
Tragédia grega 2
A generosidade da União Europeia com o último pacote de austeridade tem sido proclamada como uma salvação da Grécia. Nada de mais falso. Este pacote de austeridade é uma tragédia.
É mesquinho: os emprestadores da troika ou o BCE não abatem as dívidas que detêm (respectivamente 65 e 55 biliões de euros).
É insignificante: os bancos privados que podem vir a abater a dívida representam uma pequena parte do seu total. Os anunciados 50% de redução são na verdade pouco mais de 20% do total da dívida soberana grega.
É destruidor: os fundos de pensões dos trabalhadores gregos perdem mais de 11 biliões, e portanto vão falhar os seus compromissos com os reformados.
É grave para a economia: mais despedimentos e mais pobreza.
Os gregos têm todas as razões para recusar este pacote de austeridade.
Tragédia grega 3
Reúne-se hoje uma mini-cimeira do euro. Presentes os governantes que estão mais seguros de perderem as suas próximas eleições: Merkel e Sarkozy que as podem perder dentro de um ano, Zapatero que as vai perder dentro de duas semanas, e Berlusconi, o primeiro-ministro a tempo parcial. Esta é a força do "projecto europeu". Quando a democracia acorda, este directório desmorona-se
Francisco Louçã in facebook
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