segunda-feira, 26 de março de 2012

Ver e entender...

Devido a crise económica e as suas consequencias directas, nos dias que correm em Portugal é normal que os órgãos sindicais e outros movimentos se unão em torno dos direitos dos cidadãos e convoquem greves, manifestações e outros protestos. Vivemos num estado de direito democrático e como tal, demonstrar o nosso descontentamento de forma civilizada é um direito que nos assiste. No passado dia 22 de Março, Portugal assistiu a uma greve geral, que apesar de ter ficado um pouco aquém das expectativas, foi das que mais impacto teve junto da sociedade e pelos piores motivos.
Nos últimos dias a comunicação social lançou um ataque sem precedentes a acção da policia nos confrontos do chiado, devido a uma agressão de um policia a uma jornalista que se encontrava a cobrir o acontecimento. Apesar da fotoreporter se ter identificado como jornalista não evitou que fosse agredida, infelizmente neste caso pagou o justo pelo pecador. A atitude do policia em questão é de todo condenável, apartir do momento em que a repórter se identifica, é lamentável que situações destas aconteçam, mas no meu ver essa foi a única mancha na actuação policial nesse dia, porque apesar de tudo a policia teve muito bem.
Desde o sucedido ainda vi muito pouca gente que veio a publico defender a acção dos agentes da autoridade, já para não falar sequer de apoiar. Eu só tenho a lamentar como já disse no paragrafo anterior, a situação infeliz da jornalista, porque de resto dou o meu total apoio ao que foi feito pela policia. Em casa só vimos aquilo que é a ideia com que nos tentam formatar a opinião através dos meios de comunicação social, e a ideia foi que a policia foi desumana, bruta, abusou da força e foi insensível.
Só de ler quatro artigos sobre o assunto em jornais bem distintos, vi que se formos imparciais e estivermos a levar uma leitura sem tomar partido de nenhum dos lados, chegamos a conclusões, e vimos a outra face da noticia que não é tão exposta pois não interessa muito a quem a escreve passar essa ideia, e la põe essas partes da noticia para não ser tão sencionalista ao ponto de se descredibilizar por completo. Os apoiantes da plataforma 15 de Outubro antes de se dirigirem em marcha de protesto ate a assembleia da republica passaram pelo Chiado, e foi ai que se deu o clímax da violência. Os manifestantes provocaram a policia com o arremesso de cadeiras, chapéus de sol, mesas e outros objectos que se encontravam na esplanada do café Brasileira os clientes que la se encontravam tiveram de fugir dos manifestantes. Durante o desfile, foram atirando ovos as instituições bancarias que encontraram pelo caminho, em alguns casos pessoas que se estavam a servir do multibanco foram atingidas também com ovos. A certo momento da marcha, os manifestantes arremessaram pedras da calçada contra a policia ferindo vários policias. Agora sugiro a quem esta a ler este texto, faça o exercício mental de se por na pele dos policias por momentos, e depois talvez vejam as acções da policia com outros olhos. Na acção de controlo de tumultos há uma forma protocolar de agir que da sempre vantagem a quem esta a causar os desacatos, para impedir que estes comecem deliberadamente a atacar a força que la esta só por segurança. A policia não chega la e começa a distribuir pancada do nada, isso é mentira mas é a imagem que passa através da comunicação social. A força policial por norma chega ao local da acção horas antes, e adopta um postura passiva com o mínimo de interacção possível, para evitar o uso da violência assim como para evitar ser agredida. Quando vimos cargas policiais, é sinal de que aqueles policia estão ali há horas a fio a aguentar tudo e mais alguma coisa, e a ordem de carga só é dada quando as coisas já estão para la do risco a algum tempo.
As manifestações, as greves, os protestos e as acções de luta social são muito necessárias em Portugal nos dias de hoje, mas em primeiro lugar devem ser feitas de forma civilizada, e conduzidas por pessoas responsáveis que sabem o que estão a fazer e não por certos bandos anarquistas que se infiltram muitas vezes e acabam por fazer das suas. Estamos num país democrático e devemos ser orgulhosos disso por é sinal de que houve alguém que lutou para que assim fosse, temos direito a mostrar o nosso descontentamento, mas a ideia é fazer que a nossa voz chegue a quem esta no poder, a ideia não é provocar e agredir a policia que no fundo são pessoas comuns com as mesmas preocupações e problemas que nós, a finalidade não é perturbar o cotidiano das pessoas que que não se manifestam, por isso é preciso é preciso saber diferenciar a luta legitima da anarquia.


By:André Leal

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